No século XVI, durante o período colonial, o Brasil ainda não possuía uma moeda própria. As trocas comerciais eram frequentemente realizadas por meio de escambo ou com a utilização de moedas estrangeiras, que circulavam pela colônia, como o real português.
Foi somente em 1695 que surgiu a primeira moeda brasileira, conhecida como o "Janga". Essa moeda foi cunhada durante o governo de D. Pedro II em Portugal, como parte de um processo de tentativa de organização do sistema monetário na colônia. Era feita principalmente de ouro, recurso abundante no território brasileiro durante aquele período, em especial nas regiões de mineração.
O "Janga" se destacava não apenas pela sua função, mas também por suas características visuais e técnicas. Apresentava em seu anverso o escudo real português e, no reverso, a esfera armilar, símbolo associado às explorativas portuguesas. Sua existência refletia a necessidade de estabelecer uma forma mais confiável de facilitação do câmbio que pudesse consolidar a moeda como um padrão e marca soberana do poder metropolitano sobre o território.
Apesar de seu papel crucial, a introdução da moeda não eliminou de imediato o uso de outras. As diferentes práticas de troca coexistiram durante um tempo, até que, gradualmente, o uso do "Janga" se afirmasse. Esse período foi essencial para o desenvolvimento de uma identidade monetária brasileira, influenciado pelas questões administrativas, dinâmicas sociais e práticas comerciais que moldavam a sociedade naquele momento.
Portanto, a primeira moeda do Brasil não simbolizou apenas a gestação de um sistema monetário nacional, mas representou uma parte fundamental do processo histórico e cultural que ajudou a moldar a percepção de valor e ordem em um novo mundo em formação.